1509 – Publicação<br>de <i>O elogio da Loucura</i>

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Escrito originalmente em latim («Encomium Moriae»), «O Elogio da Loucura» é uma das mais conhecidas obras do escritor, filósofo e teólogo Desidério Erasmo, vulgarmente conhecido como Erasmo de Roterdão, que a dedicou ao seu amigo Thomas More, autor da «Utopia», no nome do qual se inspirou (More e Mória / Loucura). Extraordinária sátira à sociedade da época, a obra, particularmente crítica dos homens da Igreja, não poupa ninguém. Antecipando as críticas, Erasmo escreve na dedicatória a More: «já prevejo que não faltarão detractores para insurgir-se contra ela, acusando-a de frivolidade indigna de um teólogo, de sátira indecente para a moderação cristã, em suma, clamando e cacarejando contra o facto de eu ter ressuscitado a antiga comédia e, qual novo Luciano [autor do «Diálogo dos Mortos», considerado ímpio e ateu], ter magoado a todos sem piedade». Invocando não ser ele quem fala mas sim a Loucura, personificada como uma entidade viva, o autor congratula-se de «ter elogiado a Loucura sem estar inteiramente louco» e lembra que «há muito tempo existe a liberdade de estilo com a qual se zomba da maneira como vive e conversa o homem, a não ser que se caia no cinismo e no veneno». Mais de 500 anos depois, a obra permanece actual.